Que saudades tenho daquela areia
Lá meus pés podiam sujar-se à vontade
e não pareciam nada além de pés
sujos de areia e só
Gostava da areia
daquela que me deixava afundar os pés
como se não houvesse tempo
apenas eu e o mar
Como sinto falta de olhar
aquele sem fim de desconhecido
que tantas e tantas vezes
me deixou em paz
Parecia moldura para o pôr-do-sol
[ pintura engraçada que se pinta
todo dia e nunca se repete ]
Às vezes é como desenho de criança
sublinhado de canetinha colorida
quando o sol insiste em ficar lá
até o último segundo
Há também os dias em que ele
resolve não ir
quando deve estar com preguiça
e então as nuvens derretem-se
e preenchem toda a tela
Nesses dias fico imaginando
o que elas querem ser
mais ou menos como fazia
quando era criança
a diferença é que naquela época
eu sabia
Disso e de todo o resto
hoje é que sou confusa
Mas meus dias preferidos são
aqueles em que quase não há sol
Gosto deste quase
deste parece que
Talvez seja fruto dessa minha confusão
Não importa
Até por que quando vejo aquele
pôr-do-sol
[ de sol que se põe escondido ]
sinto-me completa
[ como a tapioca da esquina
e as crianças correndo na frente
da biblioteca ]
São meus quadros preferidos
E tudo se perde num colorido
Um céu com jeito de papel pardo
riscado com gis de cera
cor-de-rosa
Melancolia que me colava os pedaços
De dia ela [ menina ]
marcada por tropeços e desenganos
feita de sonhos e ousadia
De noite eu
Só eu
Eu só.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirMuito linda tua forma de descrever teus cenários.
ResponderExcluirPraia...
ResponderExcluirNão sei o que é isso!
=(
Mas me contento com pores do sol de tardes mornas as sombras de arvores em compania de gente querida...
Mas são lindas, as lembranças, assim como lindas, as imagens, assim como linda, a dona delas...
como és linda, e como suas palavras são belas!!!
ResponderExcluiradore de mais "V".
bj
Cheguei no trabalho um pouco mais cedo, liguei o computador e percebi um pedaço de papel embaixo do monitor, puxei e tinha escrito o seguinte: - Oi Robério, deixo de presente pra você www.rabiscoseveline.blogspot.com leia "Da areia"
ResponderExcluirum abraço
Thelma - Resolvi abrir o tal endereço e confesso, me surpreendi com tamanho talento, agora entendo o porquê de tanto orgulho dessa mãe (coruja)que resolveu me dar um presente um tanto inusitado: um blog. é o primeiro que eu ganho sabia? Parabéns Eveline!!! Continue escrevendo! Sua mãe muito me elogia pelas minhas fotos e eu agora passo eles a você pelos seus textos! Felicidades!!!
quando sentir saudade do Paracuru dá uma olhadinha aqui: http://robgolparacuru.blogspot.com
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